1 colheradas

Acordei preocupada com as minhas unhas e as peles à volta. Não era para menos: era o dia do meu casamento e, como qualquer noiva, queria estar perfeita. Ainda havia as unhas e as peles à volta para tratar, o penteado, a maquilhagem e muitos outros pormenores. Deitada na cama, soterrada em pensamentos e preocupações, ouvi o telemóvel. Era o Sr. António, o homem do restaurante.
- Menina Rita, tenho uma péssima notícia.
Silêncio.
- Diga, diga.
- Faltou a electricidade durante a noite toda e a comida fria ficou estragada: o marisco, as sobremesas, as carnes, o peixe, praticamente tudo. É um desastre.
Engoli.
- Achei por bem avisá-la já.
- Claro. Obrigada.
Caímos ao chão, primeiro o telemóvel e depois eu.

O insuperável para uns é um desafio para outros. A minha mãe é enfermeira e adora emergências. Antes de eu recuperar a consciência, já tudo estava resolvido. Iria partilhar o copo d’água com outro casal, no restaurante do primo do Sr. António, incapaz de recusar o desconto de 50%.

1 colheradas:

Rita Roquette de Vasconcellos at: 28 de novembro de 2012 às 11:12 disse...

Ainda achei que a Rita ia acordar do pesadelo.
:-D

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