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A terra amarela, enxugada de meses sem chuva, cobre-se apenas de sombras que anoitecem. Ao longe, a linha que divide o chão do resto, ondula a cada passo arrastado, e o resto apequenou-se no tamanho, de tão longe que ainda é; só a tarântula que me sobe a perna é grande e insuflada - os olhos de perto e os de longe, confundem-se quando se caminha em terras secas e largas como esta.
É preciso caminhar, ao ritmo de ponteiros, todo o dia para se chegar à linha ao longe. Ainda assim, mesmo depois do castigo de vergastadas do sol um dia inteiro, só se chega perto da noite, debaixo da ameaça cumprida, de chuva; não se consegue pensar em nada dos joelhos para cima.
É lá, na linha ao longe, que já de noite e debaixo de chuva miudinha, anunciadora da borrasca, que se procura abrigo nas rochas e se espera pelo sol seguinte.



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