"Sou o único homem a bordo do meu barco
Os outros são monstros que não falam,
Tigres que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar
[ ...]
E há momentos que são quase esquecimento
Numa doçura imensa de regresso
A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais são flor,
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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