budapeste



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As asas dos aviões pareciam-lhe grandes e pesadas; as dos morcegos do carnaval sabia que não funcionavam, já tinha experimentado várias vezes mas o chão tinha ganho sempre e as asas das chávenas pareciam frágeis para aguentarem com todo o seu peso, mais agressivo do que o chá a ferver. Era difícil para ele viver com a frustração que só têm aqueles que sabem que nunca vão tirar os pés do chão. Era difícil também (mas muito menos) olhar um pássaro de frente para que ele percebesse o seu desgosto e o ensinasse a ganhar asas. Franzia os olhos e depois baixava enquanto os pássaros tremiam nervosamente a cabeça e, como se nada funcionasse, ainda depois resolveu que se ele não podia andar no ar eles não podiam voar no chão. E pregou-os ao céu. Eles continuaram a bater as asas sem sair do lugar e foi assim que começou o vento em Budapeste, ou noutro sítio qualquer

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